Demissões em massa no Itaú reacendem debate sobre produtividade no home office



Especialista em RH analisa o caso e orienta empresas sobre práticas de gestão de pessoas no trabalho remoto e presencial


A demissão de cerca de mil funcionários do Itaú, em regime de home office ou híbrido, motivou investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) por dispensa coletiva. O banco justificou os desligamentos com base em critérios de “baixa produtividade” e em informações de monitoramento digital dos equipamentos corporativos.


Para a especialista em Recursos Humanos e diretora da Acelere Gestão de Pessoas, Lorranny Sousa, o episódio chama a atenção para os desafios da gestão no modelo remoto. “Mais do que discutir se o home office funciona ou não, é fundamental que as empresas garantam que todos tenham clareza sobre as metas, utilizando indicadores de desempenho transparentes. Há necessidade de acompanhamento próximo da liderança através de reuniões e relatórios. O excesso de controle pode gerar insegurança e reduzir o engajamento dos profissionais”, afirma.


Segundo Lorranny, tanto o trabalho remoto quanto o presencial podem alcançar bons resultados, desde que sustentados por práticas de gestão adequadas. “A produtividade depende da clareza de expectativas, da qualidade da liderança, das políticas de recompensa e do quanto a cultura organizacional é estimulante.”, explica.


Ela reforça ainda que casos como o do Itaú devem servir de alerta. “É preciso aprender com esses episódios e refletir sobre o papel do RH: capacitar líderes e prover meios que garantam, mesmo a distância, o desenvolvimento das pessoas, engajamento e a confiança nas relações, em vez de apenas reforçar mecanismos de vigilância e controle”, conclui.

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