A atuação das indústrias de alimentos e bebidas frente às mudanças regulatórias e ao comportamento do consumidor foi tema de reunião técnica da Câmara Setorial de Alimentos e Bebidas (Casa) da Fieg, realizada terça-feira (18/11), na Casa da Indústria, em Goiânia. O encontro, mediado pelo presidente da Casa, Marcelo Martins, reuniu representantes de empresas e profissionais do segmento, com apoio do Sebrae Goiás.
A programação abordou temas desde reputação de marca até a evolução das normas sanitárias e o trabalho de representação do setor em Brasília.
Marca e confiança no centro das estratégias do setor - Abrindo a reunião, Lisiane Campos, diretora de Marketing do Grupo Piracanjuba, apresentou a trajetória de construção de valor da marca, que há 70 anos se consolida entre as mais presentes nos lares brasileiros, segundo ranking Brand Footprint. Lisiane destacou que reputação e confiança são resultados de constância, coerência e capacidade de traduzir valores em ações que chegam ao consumidor.
A executiva também compartilhou cases de comunicação, como Pirakids e Valentina, além da iniciativa que estampa fotos de pessoas desaparecidas nas embalagens UHT - ação que já distribuiu mais de 200 milhões de unidades pelo país e envolve parceria com a Associação Mães da Sé.
“Não existe geração de valor da noite para o dia”, reforçou Lisiane ao apresentar números de mercado e a evolução da marca, que combina inovação com preservação da identidade construída ao longo da sua história.
Agenda regulatória: temas em alta e impacto no setor - A programação da reunião discutiu também temas da agenda regulatória, com participação de Gislene Cardozo, diretora executiva da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad). Com base em dados de mercado, que apontam crescimento de até 6,2% em suplementos vitamínicos e enterais, Gislene explicou os processos regulatórios da Anvisa, os fluxos legislativos no Congresso e os principais temas em discussão, como rotulagem, aditivos, novas categorias e modernização das normas sanitárias.
A representante da Abiad apresentou o histórico de construção regulatória dos suplementos alimentares, com destaque para a RDC 843/2024, que trata da regularização por notificação, e os debates atuais em torno dos Projetos de Lei que buscam consolidar um marco regulatório específico para o setor.
Atuação da CNI na defesa do ambiente de negócios - Encerrando a reunião, Rogério Vieira e Barbara Borges, representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na área de Relações Governamentais, detalharam a estrutura de articulação da instituição junto ao Executivo, Legislativo e Judiciário. Eles explicaram como a entidade monitora pautas, subsidia decisões com análises técnicas e atua para mitigar riscos regulatórios que possam comprometer o ambiente de negócios.
Entre os exemplos, destacaram ações em temas como rotulagem nutricional, RISPOV (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Vegetal), embalagens, Reforma Tributária e processos de fiscalização. O trabalho inclui diálogo contínuo com ministérios, agências reguladoras, parlamentares e entidades setoriais para garantir previsibilidade e coerência nas regras.
Setor atento aos impactos das normas - Para o presidente da Casa, Marcelo Martins, o encontro reforçou a importância de aprofundar debates que envolvem diretamente o dia a dia das indústrias.
“A agenda regulatória influencia desde a formulação do produto até as decisões de investimento. Entender como Anvisa, Executivo e Legislativo se movimentam é indispensável para manter a operação das indústrias, garantir competitividade e assegurar a segurança jurídica que as empresas precisam para planejar e crescer em um mercado cada vez mais exigente”, afirmou.
Ele ressaltou que a construção de marca, apresentada pela Piracanjuba, mostra como relacionamento com o consumidor e responsabilidade social caminham junto à inovação. Já as exposições da Abiad e da CNI evidenciam desafios que exigem acompanhamento permanente e atuação conjunta.
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