Fieg celebra centenário de José Aquino Porto e reverencia “Pai da Industrialização” de Goiás

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) realizou segunda-feira (15/12), no Palácio da Indústria, no Centro de Goiânia, uma cerimônia em homenagem in memoriam a José Aquino Porto, um dos fundadores da entidade, ex-presidente e reconhecido como o “Pai da Industrialização” de Goiás. 


A solenidade integrou a agenda especial dos 75 anos da Fieg e marcou o centenário de nascimento do líder classista, em um encontro marcado por reconhecimento, memória e emoção.

Idealizador da homenagem, o presidente da Fieg, André Rocha, destacou que a história da Federação se confunde com trajetórias que ajudaram a transformar Goiás e ressaltou a importância de preservar essa memória.

“Celebrar os 100 anos de nascimento de José Aquino Porto quando a Fieg completa 75 anos é mais do que reverenciar uma data. É reconhecer um legado construído com visão, coragem e persistência. A história da industrialização de Goiás se confunde com a trajetória desse homem, que compreendeu, antes de muitos, que não há desenvolvimento sem indústria forte, sem qualificação profissional e sem instituições sólidas. Ao preservar essa memória, reafirmamos o compromisso da Fieg com o reconhecimento do passado e com a construção do futuro da indústria goiana”, afirmou.

A cerimônia reuniu os ex-presidentes e conselheiros eméritos da Federação Paulo Afonso Ferreira e Pedro Alves de Oliveira, além de familiares, convidados e ex-colaboradores. O filho do homenageado, Reginaldo Aquino Porto, representou a família em discurso e esteve acompanhado das irmãs Suelaine e Suely Aquino Porto. Durante as falas, foi lembrada também Sulamita Aquino Porto, filha mais velha, falecida no ano passado, citada com carinho pelos dirigentes do Sistema Indústria por sua trajetória tanto na Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás quanto como colaboradora da Fieg nas gestões de Pedro Alves e Sandro Mabel.

Ao longo da solenidade, Reginaldo Aquino Porto ressaltou a dimensão humana e pública do pai e agradeceu a homenagem prestada pela Federação. “Meu pai acreditava que uma indústria forte não se constrói apenas com máquinas; constrói-se com pessoas, com coragem e com visão de futuro”, disse.

Em sua fala, Pedro Alves de Oliveira resumiu o sentimento de quem conviveu com o pioneiro e acompanhou de perto sua atuação em favor do desenvolvimento do Estado. “José Aquino Porto foi mais do que um benfeitor da indústria; foi um benfeitor de Goiás. O que ele construiu ao longo da vida representou um ganho enorme para o Estado e para o setor produtivo”, declarou.

Paulo Afonso Ferreira destacou a dimensão histórica da trajetória de Aquino Porto e o impacto duradouro de sua liderança. “Essa homenagem emociona porque José Aquino Porto não é um ícone apenas de Goiás, é um ícone do Brasil. Ele dedicou a vida inteira à industrialização do Estado, presidiu a Fieg com firmeza e teve uma atuação muito forte na CNI, trazendo recursos, ideias e ações que fortaleceram a indústria goiana e brasileira”, afirmou.

Segundo Paulo Afonso, essa dedicação foi decisiva para que Goiás avançasse de uma economia predominantemente rural para um Estado com base industrial consolidada e reconhecida no cenário nacional.

Um dos momentos mais simbólicos da solenidade foi o descerramento do busto de José Aquino Porto, obra do artista plástico Fernando Noleto, além do descerramento das placas comemorativas dos 75 anos da Fieg e do centenário do homenageado. Na ocasião, André Rocha entregou aos familiares uma versão compacta da placa como lembrança do ato solene.

As placas registram o significado histórico da data e reforçam o tributo ao dirigente, lembrado pela dedicação à interiorização das ações do Sistema Indústria, à educação profissional e ao fortalecimento do setor produtivo.

Em nome dos colaboradores do Sistema Fieg, Paulo Vargas, que atua há 56 anos na instituição e ocupa atualmente a Superintendência do Sesi e a Diretoria Regional do Senai, reforçou o tom que marcou toda a solenidade: gratidão por uma liderança que foi além da representação setorial.

“Ser grato ao doutor Aquino é um reconhecimento justo. Ele não foi apenas um defensor da indústria, foi um defensor de Goiás”, afirmou, ao lembrar a confiança depositada em equipes e dirigentes e o legado que segue vivo nas unidades e ações do Sistema.

PAI DA INDUSTRIALIZAÇÃO DE GOIÁS
A homenagem ganhou ainda mais significado ao recordar uma trajetória que ajudou a moldar o Sistema Indústria em Goiás e a transformar a economia do Estado. Nascido em Minas Gerais e goiano por escolha e atuação, José Aquino Porto chegou a Goiânia em 1942, ainda jovem, e construiu uma carreira marcada pela visão pública e pela defesa do desenvolvimento produtivo.

Nomeado ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em 1960, assumiu, em 1967, a presidência da Fieg, tornando-se seu mais longevo dirigente. À frente da Federação e dos conselhos regionais do Sesi e do Senai, liderou um ciclo decisivo de expansão da indústria, de interiorização das ações do Sistema Indústria e de consolidação da educação profissional em Goiás.

Como primeiro secretário da Confederação Nacional da Indústria (CNI), articulou recursos e apoio nacional que viabilizaram a implantação de unidades que se tornaram referências, como o Senai Ítalo Bologna, o Senai Canaã, a atual Fatesg, além das unidades de Catalão, Itumbiara, Minaçu e Rio Verde, entre outras. Pela contribuição decisiva à diversificação econômica do Estado e à formação de gerações de trabalhadores, teve seu nome eternizado no Palácio da Indústria, sede histórica da Fieg, e consagrou-se como o Pai da Industrialização de Goiás.

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
BRB
BRB
BRB
BRB